"INFINITO É O TEMPO DA ESPERA!

INESQUECIVEL E O MOMENTO DA CHEGADA!"

 

Noah, mon pétit !!!

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Completando 41 semanas, vou para última consulta com dra Ludimila pra escolher entre indução e cesaria. Meu bebê, meu pequeno Noah, estava muito bem no cantinho dele mas já não se podia mais esperar.  

Defendi o parto natural durante toda a minha gestação. Não que eu tivesse aquele profundo desejo de parir passando pelas sofridas contrações, corte no períneo e etc. Sou uma pessoa prática. Queria parto normal porque me parece mais saudável, de rápida recuperação, mas sem romantismo, com analgesia, claro. 

Saí da última consulta de casaca virada, guia para internamento ainda no mesmo dia, cesariana seria então. (Indução me pareceu muito sofrido, longo e artificial). 

 

Com 41 semanas, as malas estavam mais do que prontas. Saí de casa com meu marido, malas e o bebê-conforto vazio imaginando a nossa volta com ele preciosamente ocupado. Não via a hora de conhecer o meu filho. 

 

Era final da noite quando conseguimos o quarto no hospital. Ludimila mantinha contato constante comigo, ia me atualizando sobre quando haveria disponibilidade no centro cirúrgico do hospital. Essa assistência me tranquilizava para eu lidar com a ansiedade natural do momento sabendo que tudo estava sendo preparado. Eu podia me concentrar em parir. 

 

Às 7h eu seguia para o centro cirúrgico. Que bom ver minha obstetra lá, tão atenciosa, igualmente a dra Carol. A sensação era que elas sabiam exatamente o que eu estava sentindo, pensando e que estavam ali comigo. 

 

O momento da anestesia foi quando de fato tudo começou pra mim. Eu tinha tanto medo..."minha barriga ia ser aberta, eu ia tomar uma injeção na coluna"... Foi quando Ludimila me apoiou na posição para receber a injeção e calmamente falava o que eu ia sentir enquanto me fazia um carinho no ombro. Eu comecei a chorar. Me entreguei. Era chegada a hora. Era tanta coisa... tantos sentimentos. Um simples afago me lembrava que tinha alguém que me conhecia, que sabia tudo o que estava acontecendo e que estava me segurando. Meu filho estava vindo. Vamos em frente. 

Foi tão rápido que nem deu tempo de pensar que eu não podia mover minhas pernas. Eu estava concentrada em ficar calma e respirar. Meus braços literalmente quicavam sobre a maca de tanto nervoso. Ludimila pede a minha playlist, meu marido entra na sala, segura minha mão e acompanha por cima do paninho. O anestesista conversava comigo, me fazia cafuné, tão tranquilo e gentil...Eu pergunto se já tinha começado, ele diz que sim. Ludimila avisa: "Noah está vindo ao mundo"... Meu marido se estica pra ver, eu faço silêncio pra escutar... e logo a vozinha! Meu Deus, meu filho! Que vozinha mais linda... E o choro?! que vontade de fazer o mundo parar pra que ele não chore, não sofra, que vontade de envolvê-lo em meu abraço! Colocam ele sobre meu peito e ele para de chorar, abre os olhos buscando a minha voz! O pai o pega pela primeira vez, e eu o vejo acolher o nosso filho e seus olhos em lágrimas... Que momento lindo de se viver! Não existe amor maior, simplesmente. Tudo vale a pena. Não há como descrever essa transformação. Eu agora era mãe. Eu agora tinha um filho. 

 

Os dias de internamento foram intensos, muito sofridos sim, ao menos pra mim. Meu bebê sofria com congestão nasal, eu tive dificuldade inicial em amamentar. A responsabilidade de repente me assustava, ele parecia tão frágil e era meu! Eu não dormia, vigiava a respiração dele de dia e de noite, rsrs... (quem nunca?! )A exaustão, a preocupação me sensibilizaram muito. Hoje percebo como as emoções e o cansaço falaram mais alto nesses dias. No final do dia eu desabava em choro no ombro da minha mãe, exausta. Com o apoio do meu marido, minha mãezinha e meu pai querido, com o passar dos dias e com algum descanso, tudo foi entrando nos eixos. O bebê foi crescendo e eu fui me fortalecendo e escutando mais meus instintos. 

 

A cada manhã no hospital eu escutava a voz de Ludimila no corredor bem cedinho. A gente estava um caco e nitidamente num caos. Ah! Os pais de primeira viagem!

Ela naturalmente entrava como se o caos daquele quarto e naquelas vidas fosse natural e esperado, me abraçava, perguntava como eu estava, verificava minha cicatriz, afagava o bebê, me escutava e dava orientações. Uma mistura de médica e mãe. Nao ficava nenhuma ponta solta. Muito lindo isso tudo.

 

Preciso dizer que eu amei ter tido parto cesaria. Como Deus organizou tudo pra mim! Minha recuperação foi ótima, não senti dor, não tive limitações, fiquei surpreendida. Lembro de Ludimila dizendo que parto cesaria é a única cirurgia que você está sendo submetida não por ter alguma doença e sim, pra dar a vida. 

Desde o primeiro banho quando me viram levantar sozinha, sem nenhum mal estar ou queda de pressão, todos nós passamos a atenção ao bebê e até eu esqueci que estava operada. Minha mãe que ficava me lembrando e chamando atenção "menina, não abaixe! Não faça isso! não faça aquilo!"  Na minha consulta de retorno eu confessei preocupada: 

- Ludimila, eu não tô de repouso não...

- A gente nunca fica. Ela riu. 

Minha médica sabiamente nunca me influenciou na minha decisão. Mas foi assertiva nas informações e orientações que me ajudaram juntamente com as minhas pesquisas e informações compartilhadas por Carla no "grupo das gestantes"  a escolher parto cesaria em vez de indução. No final das contas, foi perfeito pra mim, faria de novo e fiquei aliviada por não ter sentido dor. Sim, sim. 

Eu que comecei meu pre-natal em outro continente, passei o último trimestre de gestação com meu marido à quilômetros de distancia  até dias do parto, fui acolhida de uma forma tão especial pela minha querida obstetra dra Ludimila, dra Carol e enfermeira Carla, (Santa Carla das horas desesperadas) acolhida essa a qual serei eternamente grata. Um carinho e atenção exclusivos de profissionais que sensivelmente fazem o que amam. 

 

Vocês farão pra sempre parte do momento mais importante da minha vida.